4. ajustamentos revestidos pelas bem-aventuranças e pelo testamento de Cristo na Cruz
O que autentica o nosso Proclamar a Palavra (Projeto de Evangelização de nossa Igreja Particular) são a consciência e a vivência do que Cristo falou e viveu como essência de sua mensagem, as bem-aventuranças e a Palavra que Ele deixou como testamento na Cruz.
4.2. quinta semana da quaresma (de 21 a 27 de março)
4.2.2. As palavras de Jesus na cruz: testamento e sumário da fé cristã
Na cruz, temos sete palavras de Jesus. Sua substância fornece um sumário magistral do cristianismo.
4.2.2.1. As sete palavras
Primeira: Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem (Lc 23.34)
Segunda: Em verdade eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23,43)
Terceira: Mulher, eis teu filho e eis tua mãe (João 19,26 e 27)
Quarta: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Mt 27,46 e Mc15,34)
Quinta: Eu tenho sede (João 19,28)
Sexta: Tudo está consumado (João 19,30)
Sétima: Pai, em tuas mãos eu entrego meu espírito (Lc 23,46)
Em meados do século passado, o escritor Paul F. Regard elaborou uma belíssima reflexão sobre estas sete palavras. Poderão encontrar, em francês, o longo e belo trabalho no site www.bibliquest.org. Nesta obra, Regard divide as palavras de Cristo em dois grupos.No primeiro, ele agrupa as três primeiras Palavras que, segundo ele, “revelam as obras de vida que brotam da morte do Salvador”.
Estas palavras introduzem a um ponto central no seguimento de Jesus Cristo: a prática do perdão, da não exclusão e da vivência fraterna além dos laços de sangue. São, de fato, três práticas vitais para o cristão.
No segundo grupo, encontramos as outras quatro Palavras que, para ele, “indicam a natureza e as características da vida cristã”: a dor, que em Cristo é absoluta, a sede, a nova criação e a dependência de Deus.
Com relação a esta divisão o autor tem uma preciosa anotação: “A reunião destes dois grupos constitui, por assim dizer, a ciência prática da vida cristã na terra. A ordem dos dois grupos é particular do Salvador, que não tinha necessidade de primeiro ter os méritos de sua morte para depois cumprir as obras de vida. Para nós, a ordem inversa se impõe: abrimo-nos à fonte da vida para que a graça nos faça realizar as obras de vida”.
Somos chamados, assim, a uma consciência de que não se pode haver uma prática cristã verdadeira sem ela estar fundamentada, exclusivamente, na única fonte que é Deus.
Nossas ações devem estar envolvidas como que em uma veste, que é o dom da graça e pela consciência de que a vida humana é limitada (o mistério da dor é um exemplo), de que só há uma fonte para nossas sedes, Jesus Cristo, de que sua morte é nascimento de nova criação e de que realmente dependemos de Deus para nossa realização plena. Revestidos desta graça, teremos o selo de Cristo para sinceramente perdoar, para não excluir ninguém e para relacionarmo-nos com os outros, fraternalmente, para além dos laços de sangue.
4.2.2.4. 6ª feira: 6ª Palavra (Nova criação) – Tudo está consumado
O amor chegou até aí. Não tem mais como amar mais.É adoação total. A nova criação tem o seu início e deve ser continuada pelos seguidores do Novo Adão. Leiamos com atenção e reflitamos com carinho este trecho de João: 15,12-17.
“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo.Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16 Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.
Como vivemos e espalhamos este amor?
Commentaires